O aumento dos descontos concedidos pelos proprietários sobre os preços que inicialmente pediam para vender seus imóveis repercutiu no resultado das vendas de casas e apartamentos usados em novembro no Estado de São Paulo. Pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado (CreciSP) com 941 imobiliárias de 37 cidades constatou aumento de 6,01% no total de imóveis vendidos em relação a outubro, que já havia apontado crescimento de 18,66% sobre o mês anterior.

Nas vendas registradas pelas imobiliárias consultadas, o predomínio foi dos apartamentos (63,53% do total) sobre as casas (36,47%). Os descontos aumentaram em média 41,55% nos imóveis localizados em bairros de periferia das cidades, que passaram de 7,63% em outubro para 10,8% em novembro. Nos bairros de regiões centrais, os descontos cresceram 29,05% (de 7,71% para 9,95%) e nos de bairros nobres aumentaram 5,91% (de 7,62% para 8,07%).

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"Esse comportamento dos proprietários atende a uma realidade de mercado, que é difícil mas que no geral tem mostrado um efeito positivo quando se olha o que vem acontecendo desde o início do ano passado", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP. O saldo no volume de vendas em 11 meses de 2018 é positivo em 38,57%. E mesmo com os descontos, que também cresceram no mercado de locações no mês de novembro, o Índice Crecisp apresentou crescimento de 1,28% em comparação com o mês anterior.

No ano, porém, o índice CreciSP, que mede o comportamento dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente pelo Creci no Estado de São Paulo, está negativo em 3,23%.

"Esse resultado é a evidência concreta de que os proprietários de imóveis estão conscientes de que a venda depende do ajuste do valor às condições reais que os potenciais compradores têm no momento de fazer a compra de um bem que costuma ser o mais caro de suas vidas, especialmente quando se considera as condições e exigências que tornam impossível o financiamento para a maioria das famílias", justifica Viana Neto. A explicação do presidente do CreciSP fica evidente em o outro resultado da pesquisa de novembro - 48,02% dos imóveis usados foram vendidos à vista.

Os bancos, incluída a Caixa Econômica Federal, financiaram a compra 41,04% das unidades vendidas no período. Os donos de imóveis venderam com pagamento a prazo 10,03% e os consórcios financiaram a compra de 0,91% do total negociado.

Mais vendidos de novembro

A pesquisa CreciSP mostrou que, nesse período, as vendas cresceram em duas das quatro regiões que compõem o levantamento - Litoral, com 42,47%, e Capital, com 26,33% - diminuíram na comparação com outubro em outras duas - Interior, com queda de 3,33%, e as cidades de Santo André, São Caetano, São Bernardo, Diadema, Osasco e Guarulhos, com redução de 34,21%.

Os imóveis usados mais vendidos em Novembro no Estado de São Paulo, segundo a pesquisa CreciSP, foram os de preço médio até R$ 300 mil, com 52,58% do total negociado pelas 941 imobiliárias que foram consultadas. Por faixa de preço médio de metro quadrado, a concentração de vendas se deu nos imóveis das faixas de até R$ 4 mil o metro quadrado.

Locação de residências cai 2,08%

A pesquisa feita pelo CreciSP em 37 cidades do Estado apurou com as 941 imobiliárias consultadas que, em novembro, houve uma queda de 2,08% nas locações em comparação com outubro. As locações caíram na Capital (- 8,1%), no litoral (- 9,5%) e nas cidades da região do A,B,C,D mais Guarulhos e Osasco (- 1,2). Apenas no Interior houve aumento, de 5,07%. No acumulado de 11 meses, porém, o saldo de novas locações contratadas no Estado está positivo em 10,76%.

As casas e apartamento mais alugados no período no Estado foram as de aluguel médio de até R$ 1 mil mensais, com 51,46% do total. Como aconteceu no segmento de vendas de imóveis usados, também no de locação os proprietários aumentaram as margens de descontos sobre os valores inicialmente pedidos, conforme registraram as imobiliárias consultadas. O aumento foi de 12,78% nos bairros de periferia (de 9,94% em outubro para 11,21% em novembro), de 9,05% nos bairros centrais (de 10,05% para 10,96%) e 4,41% nos bairros de áreas nobres (de 9,52% para 9,94%).

As novas locações de novembro seguiram o padrão em termos de garantias de pagamento em caso de inadimplência dos inquilinos: fiador pessoa física com 45,11% seguido do depósito de três meses de aluguel (22,37%), seguro de fiança (14,66%), caução de imóveis (13,7%), cessão fiduciária (2,84%) e locação sem garantia (1,32%).

A inadimplência registrada nas imobiliárias pesquisadas pelo CreciSP caiu 4,13% em novembro em relação a outubro. Foi de 5,27% para 5,06%.

A pesquisa Creci-SP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá