( Caderno:
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Nascido em 16 de agosto de 1916 na cidade mineira de Passos, Joaquim Corrêa Cintra foi obrigado a mudar-se para Campos do Jordão, a fim de tratar-se da tuberculose. Curado, aqui permaneceu e tornou-se uma das mais queridas e destacadas personalidades da história da Cidade.
Jornalista, propugnador do turismo, incansável promotor de eventos sociais, político, fotógrafo, artista plástico, notabilizou-se igualmente como xilógrafo. E foi xilógrafo por necessidade.
Na década de 1940, comprou e trouxe para Campos uma tipografia de composição manual (*), na qual publicou o seu jornal A Cidade de Campos do Jordão, semanário cujo primeiro número é datado de 6 de março de 1949. Nele, Joaquim ocupava-se da parte editorial e seu irmão José, das atividades gráficas de diagramação e impressão. Essa parceria fraternal funcionou a contento e, depois do primeiro número, seguiram-se mais outros 556, ao longo dos anos, até a data da morte de Joaquim em 30 de novembro de 1972.
O ingresso de Joaquim Corrêa Cintra no mundo xilográfico foi provocado pela necessidade de enriquecer o jornal com ilustrações. Àquela época, o clichê metálico era largamente usado pelos periódicos. Ocorre, porém, que não havia na região nenhum equipamento para a produção de clichês metálicos, devendo por isso serem encomendados em clicherias da Capital. E uma viagem a São Paulo custava mais de sete horas de viagem, além dos gastos com o transporte.
Daí, o criativo Joaquim, que já desenhava e pintava, começou a entalhar matrizes xilográficas, que, inseridas na composição tipográfica, ilustraram o jornal. Usando essas duas técnicas de impressão em relevo, ele reviveu tempos antigos, nos quais tipografia e xilogravura trabalhavam juntas.
As gravuras de Joaquim C. Cintra, impressas no jornal A Cidade de Campos do Jordão, aqui exibidas são do acervo do Museu Casa da Xilogravura.
(*) A tipografia de Joaquim Corrêa Cintra, após sua morte, passou à SEA, instituição educacional de Campos do Jordão fundada pelo Frei Orestes Girardi. Tornada obsoleta pelo advento do computador, essa tipografia foi comprada e restaurada pelo Museu Casa da Xilogravura e, hoje, é usada para a produção de impressos artísticos, nos quais ainda se reúnem a tipografia e a xilogravura.
SERVIÇO
Mostra Temporária: JOAQUIM CORRÊA CINTRA, UM XILÓGRAFO PIONEIRO EM CAMPOS DO JORDÃO De 13/5 a 28/8 O MUSEU CASA DA XILOGRAVURA abre das 9 às 12 e das 14 às 17 horas todos os dias, de 5ª. a 2ª. feira (só fecha nas terças e quartas-feiras), na Av. Eduardo Moreira da Cruz, 295, Bairro Jaguaribe, Campos do Jordão. Entrada = R$ 8,00 | Mais de 60 anos, estudantes e professores = R$ 4,00. Menos de 12 anos = Grátis | Grupos de alunos de escolas gratuitas agendados = Grátis
Para mais informações: (12) 3662-1832
Fonte: Museu Casa da Xilografia - Adjunto de Representante Regional
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